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“O mercado de peças em geral está a tornar-se muito complicado”, Paulo Torres, Vieira & Freitas

3 Janeiro, 2017

Paulo Torres é o gerente da Vieira&Freitas, empresa especialista em peças “elétricas” para o automóvel, que faz aqui o balanço da atividade da sua empresa e do mercado das peças em Portugal em 2016.

Qual o balanço que faz da actividade da sua empresa em 2016 e quais foram os factos mais marcantes?
A analise do ano 2016 é bastante positiva, criamos emprego, mantivemos rentabilidades e aumentamos as vendas.
O facto interno mais marcante é sem duvida o aumento da nossa experiencia e especialização da equipa, e assim conseguir reforçar da confiança que os nossos clientes  depositam no nosso serviço.

Que análise faz do mercado de peças?
O mercado de peças em geral está a tornar-se muito complicado, a grande dependência de fabricantes e distribuidores por parte de muitos players que assumiram compromissos de compras, fazem com que estes vendam a preços muito próximos de custo fazendo com que as rentabilidades e as suas disponibilidades financeiras baixem, isto origina que não seja atractivo investir neste negocio com pouca rentabilidade. Também porque há excesso de distribuidores (chamem-se grossistas ou retalhistas), há uma desconcentração dos mesmos na rentabilidade em detrimento dos números de vendas.

Quais as perspectivas para 2017 e futuro, e que factos poderão vir a marca o setor das peças?
As perspectivas para o aftermarket de peças não são, na minha opinião boas, não só pelo que referi acima, mas também pela grande transformação que se vai operar nestes próximos anos no mercado automóvel, nomeadamente carros eléctricos e outros, os já presentes carros comunicantes, a condução autónoma e a possibilidade de carros partilhados. Por este prisma, o futuro é incerto, podemos estar perante um mercado de reparação que vai desaparecer, um carro poderá passar a ser um objecto descartável e reciclável?   Mudanças radicais se aproximam.

 

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