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“Um produto (reconstruído) com qualidade, certificado e com garantia, não pode ser oferecido”, Pedro Carvalho, Lisparts

19 Setembro, 2017

Pedro Carvalho da Lisparts faz uma abordagem ao negócio dos produtos reconstruídos bastante pragmática, dizendo que é um muito competitivo e muito atrativo, que gera muitas oportunidade por via da globalização.

Quais os produtos e marcas de peças e componentes reconstruídos / recondicionados que comercializam?
Comercializamos caixas de direção reconstruídas, bombas e colunas assim como transmissões e compressores de ac sob a marca própria Lisparts e em representação da INDECO, WAT e LIZARTE.

Quais as principais carcaterísticas de peças e componentes reconstruídos / recondicionados que comercializam (qualidade, extensão da gama, técnica, etc.)?
As principais características das peças e componentes reconstruídos comercializados pela Lisparts são naturalmente a excelente relação qualidade vs preço que o cliente obtém com os nossos produtos. Ao dispormos de várias marcas, conseguimos apresentar em cada segmento e gama, a melhor solução do mercado, uma vez que direcionamos a oferta após a seleção prévia do fornecedor, tendo em consideração a marca disponibilizada, o tempo de garantia da mesma, a qualidade e fiabilidade do produto.

Uma marca com ótima reputação e de créditos reconhecidos em determinada gama de artigos, não significa que o seja em todos os produtos ou pelo menos, que seja competitiva e mantenha a mesma excelente relação qualidade vs. preço em toda a sua oferta. Por este motivo a importância de ter mais soluções e um portefólio de marcas e parceiros que nos garanta que independentemente da evolução do mercado, estaremos sempre bem suportados em termos de desenvolvimento pelas fábricas que temos a nosso lado.

Está previsto o lançamento de alguma novidade para breve em termos de peças e peças e componentes reconstruídos / recondicionados que comercializa. Se sim, qual?
Sim estão previstas 2 grandes novidades mas por motivos estratégicos ainda é cedo para as divulgar, podemos apenas adiantar que será algo que nos vai colocar 2 passos à frente de outros players.

Quais os principais aspetos que uma oficina deve ter em atenção quando adquire peças e componentes reconstruídos / recondicionados?
Acima de tudo deve pensar que um produto com qualidade, certificado e com garantia, não pode ser oferecido. Todos têm o seu beneficio na cadeia de negócio e as casas de peças, os distribuidores e “antes” as fábricas, têm (sem exceção) a sua quota parte e é exclusivamente por esse motivo que existem peças reconstruídas no mercado. Deste modo se no momento da compra o único critério de decisão é o preço, em vez de optarem por marcas conceituadas, com nome no mercado, com fábricas e serviços pós venda disponíveis efetivamente para prestar todo o suporte necessário e resolver da forma mais célere possível qualquer incidência que ocorra com a venda de um componente reconstruído, isso faz naturalmente com que o número de garantias suba exponencialmente com todos os problemas inerentes e que venha gerar desconfiança no mercado sobre este tipo de produtos, já para não falar da questão “segurança” que parece-me “em determinadas” situações ficar totalmente comprometida.

Como caracteriza atualmente o mercado das peças e componentes reconstruídos / recondicionados?
Caracterizo-o como extremamente competitivo e onde podemos encontrar de tudo um pouco, do melhor ao pior. Existem players a trabalhar de forma séria, a preservarem o espaço de todos no mercado, a tentarem fazer o melhor negócio possível para as suas organizações mas sempre em defesa de um sector em constante evolução e onde a atenção ao cliente é fundamental.

Por outras palavras, existem players a trabalhar de forma séria e geridos por pessoas extremamente competentes e dotadas das ferramentas necessárias para fazerem o mercado evoluir. São profissionais que primam pela excelência e que não se limitam a ir à boleia do que os outros fazem ou a reagir por receio do que os outros possam fazer.

Depois existem entidades com excelentes pessoas, ótimas ideias, magníficos projetos e entre essas o mercado vai fazendo a sua seleção natural, beneficiando uns e condenando outros.

Por fim existem os outros, entidades que aparecem e desaparecem todos os dias, que ora têm instalações físicas ora têm apenas uma morada virtual, que ora têm stock ora só pedem por encomenda, que ora vendem via telefone ora vendem apenas online, que hoje compram um contentor de parafusos e luvas de latex e amanhã de bombas de direção, que hoje vendem a peso e amanhã com margem fixa em cada produto, que hoje vendem abaixo do preço de custo e amanhã logo se vê, enfim.

Qual a razão de existir cada vez mais oferta de peças e componentes reconstruídos / recondicionados?
É efetivamente um mercado muito atrativo, muito competitivo mas muito atrativo, o que faz com que com a globalização e o acesso fácil à internet e a nomes de marcas e fabricantes, permita praticamente a qualquer um adquirir produtos através de canais alternativos a muito baixo custo e disponibilizá-los no mercado, eventualmente sem o devido conhecimento, garantias de qualidade e inclusive sem qualquer interesse futuro no sector, mas comercializa e cria dano a quem é especialista e assume custos com o investimento em stock, formação e recursos para fazer um bom trabalho em prol do desenvolvimento do sector do aftermarket e prestar todo o apoio pós venda ao cliente, ao invés de escoar o stock e desaparecer do mercado.

O facto de a procura ser também cada vez maior, desperta em quem tem o poder, o interesse em deter a solução e retirar daí os benefícios naturais no entanto, poder financeiro não confere experiência e muito menos know how.

Outra situação que contribui para que a oferta seja cada vez maior é o aparecimento das chamadas “segundas linhas”, mais acessíveis economicamente e que por esse motivo surgem um pouco por todo o lado. Sendo o mais curioso, que essas “alternativas” não surgem por iniciativa dos próprios fabricantes mas por pressão dos clientes, que se puderem ter “dado” não vão querer “barato” e entre vender ou não vender, até as grandes fábricas são permeáveis a esta pressão e criam ofertas adaptadas à exigência do cliente e do mercado, ninguém pode é querer convencer-se que um e outro produto têm a mesma qualidade e durabilidade, já que a manterem-se os padrões, o negócio apenas faria sentido para uma das partes e o mercado não funciona dessa forma.

Podem as peças e componentes reconstruídos / reconcidiconados garantir a mesma performance de peças e componentes novos?
Quando algumas das fábricas de reconstruídos, o fazem para as marcas oficiais, parece-me que não há qualquer dúvida sobre a resposta. O que não se pode é reconstruir um casco que se sabe à partida não estar em condições e ignorar-se o facto ou utilizar componentes de qualidade duvidosa e de menor custo em detrimento da qualidade, com o objetivo de maximizar a margem de lucro, que no final das contas se resume a cêntimos de diferença.

Como se pode comprovar a qualidade das peças e componentes reconstruídos / reconcidiconados?
Todas as peças e componentes reconstruídos pelas nossas fábricas são sujeitos a rigorosos testes de controlo de qualidade e resistência ao stress. Os nossos fabricantes estão equipados com tecnologia de topo em bancos de ensaios e equipamentos de prova, por onde passam todos os componentes reconstruídos após terminarem a fase fabricação, para que seja avaliada a sua fiabilidade e qualidade, antes de serem colocados no mercado.

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