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Associação de Recauchutadores portugueses contra pneus chineses

Em comunicado a ANIRP (Associação Nacional dos Industriais de Recauchutagem de Pneus) veio protestar, junto de diversos organismos públicos (nacionais e europeus), contra o dumping dos pneus de camião chineses na Europa. Aqui fica o comunicado da ANIRP.

A ANIRP denuncia que, após mais de um ano de solicitações à Direção Geral do Comércio para que esta introduzisse medidas para pôr termo ao dumping dos pneus de camião chineses na Europa, em que apresentou várias soluções, quer técnicas quer legislativas, tornou-se evidente que a Comissão Europeia não consegue defender a indústria da recauchutagem.
 
Numa fase em que a União Europeia está a discutir a abertura dos mercados, enquanto os seus cidadãos questionam o projeto europeu, a indústria da recauchutagem não consegue entender o valor adicional de uma política comercial europeia, se esta não é capaz de defender as suas próprias PME.
 
A ANIRP – Associação Nacional dos Industriais de Recauchutagem de Pneus é a associação que representa a indústria de recauchutagem independente em Portugal.
 
Tendo cerca de 20 associados, emprega diretamente 400 pessoas, com um volume de negócios de 30.000.000€ em 2015. A nível europeu, a indústria de recauchutagem emprega um número superior a 10.000 pessoas, distribuídas por mais de 400 PME, segundo dados da BIPAVER – Associação Europeia de Recauchutadores Independentes.
 
Num mercado europeu global (equipamento de origem e de reposição) com aproximadamente 17 milhões de pneus de camião, as importações de pneus chineses têm vindo a crescer ao longo destes últimos 5 anos, aumentando de 1 milhão para aproximadamente 5 milhões de pneus, em 2015. A recauchutagem, pelo seu lado, tem assistido a uma descida de 6 para quase 4 milhões de pneus de camião. O mercado de reposição europeu representa aproximadamente 10 milhões de pneus de camião.
 
Atualmente, os preços da maioria dos pneus novos provenientes da China são vendidos nos 28 estados membros da UE abaixo do custo de fabrico dos pneus de camião recauchutados.
 
Neste momento, a borracha é vendida no mercado a sensivelmente 1,50 /kg e o aço a 0,26€ /kg. Isto significa que o custo da matéria-prima de base para produzir um pneu de camião standard -295/80R22.5 – é de 75€ de borracha (aproximadamente 50 kg) e 2,60€ de aço (aproximadamente 10 kg), perfazendo o custo total da matéria-prima não transformada em 77,60€. A este valor acrescem os custos adicionais com produtos químicos e processo de fabrico. Para além destes existem também custos de envio e de embalagem de aproximadamente 26,00€.
 
Por estas razões, os atuais preços de mercado dos pneus fabricados na China, que são vendidos para a Europa não cobrem o custo total da sua produção. Os Estados Unidos já acusaram o governo chinês de subsidiar o custo das matérias-primas, numa tentativa de diminuir o preço dos pneus fabricados nacionalmente para exportação. Os EUA deram agora um importante passo como resposta ao dumping dos pneus chineses, aumentando os direitos aduaneiros.
           
Os pneus de camião recauchutados dão sustentabilidade ao ciclo de vida dos pneus, essencial para a Economia Circular, que assenta nos princípios da “reutilização, reparação, renovação e reciclagem dos materiais e produtos existentes”, gerando valor com a transformação do resíduo num recurso. Asseguram, igualmente, uma melhoria fundamental da pegada de carbono, poupando significativamente matérias-primas e energia envolvidas no fabrico e diminuindo as emissões de CO2 e a quantidade de resíduos gerada, ao substituir o piso do pneu usado.
 
A recauchutagem de pneus é levada a cabo sob rigorosa legislação e regulamentação técnica. No geral, as empresas de recauchutagem têm uma gama de comercialização económica limitada a algumas centenas de quilómetros e por isso restrita ao comércio dentro dos 28 estados membros da UE.
           
A ANIRP e a BIPAVER aconselham veementemente a Comissária Cecilia Malmstrom a reavaliar o que a UE pode ou não fazer nestas próximas semanas, de forma a estabelecer condições equitativas e salvaguardar este mercado e as PMEs em particular.

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