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Estudo revela novos dados sobre o impacto ambiental dos veículos elétricos

1 Fevereiro, 2018

Um estudo levado a cabo, em França, pela European Climate Foundation, em conjunto com diversas entidades, conclui que: comparativamente aos veículos movidos por combustíveis fósseis, os automóveis elétricos têm um impacto duas a três vezes inferior no aquecimento global. E isto, mesmo tendo em consideração todo o seu ciclo de vida.

Os benefícios que o estudo revela vão prolongar-se até 2030, mas poderão ser ainda melhores, se a aposta para desenvolver energias renováveis levar a um cenário 100% renovável (1).

Descarbonizar os transportes na Europa é a chave para alcançar os objectivos estabelecidos no Acordo Climático de Paris e o Clean Mobility Package, apresentado pela Comissão Europeia, em Novembro de 2017, reconhece o papel vital dos automóveis elétricos para que os objectivos climáticos da União Europeia sejam atingidos. O estudo confirma que os automóveis elétricos são uma boa solução para o ambiente, mesmo tendo em conta as emissões decorrentes da produção de baterias.

 O papel chave das baterias

Cerca de 40 por cento das emissões produzidas por um automóvel elétrico ocorrem durante a produção das baterias. Assim sendo, revela o estudo, melhorar o impacto ambiental das baterias na fase de produção será determinante para a descarbonização do sector dos transportes.

Por outro lado, a melhoria da eficiência energética das actividades produtivas irá permitir que o impacto dos veículos elétricos seja reduzido de 20 a 25% até 2030.

Melhorar o impacto ambiental da extração mineral, desenvolver baterias sustentáveis em termos de eficiência, peso e uso, bem como a promoção de boas práticas de reciclagem serão também parte da solução.

Aproveitar o potencial total das baterias

Ainda segundo o estudo, a mobilidade elétrica oferece inúmeras vantagens adicionais para a rede elétrica:

  • A tecnologia vehicle-to-grid (V2G) pode ajudar a integrar as energias intermitentes e a estabilizar a rede de forma a reduzir ou mesmo eliminar os combustíveis fósseis do sector da eletricidade, quer pela implementação da carga inteligente, quer pelas cargas bilaterais (a eletricidade é exportada pelo veículo para a rede). Por exemplo, o potencial técnico da V2G em França, com 1.3 milhões de veículos (30% da quota em 2030), é de 45 GWh. Cerca de 10% deste potencial pode assegurar as necessidades das reservas primárias necessárias, para um período entre as 18h e as 20h, num dia de Inverno.
  • A segunda vida das baterias para armazenar eletricidade pode ser uma opção sustentável para o armazenamento de energias renováveis. Quando uma bateria perde um quarto da sua capacidade inicial pode ser reciclada”como um dispositivo de armazenamento de energia renovável. A energia renovável pode, portanto, ser armazenada quando está em excesso e, posteriormente, ser reinjectada na rede quando a necessidade é maior, ou pode ser usada para uso próprio. Se todas as baterias automóveis existentes, por exemplo, no mercado francês, em 2020, forem usadas para armazenamento de energias renováveis em 2030, o seu potencial técnico anual será de 8 TWh.

Citações

Laurence Tubiana, CEO da European Climate Foundation: “Descarbonizar o sector dos transportes é fundamental se quisermos estar alinhados com o Acordo de Paris. Este estudo mostra que os veículos elétricos podem continuar a sua proliferação, respeitando os nossos objectivos climáticos e ambientais.”

Jean-Philippe Hermine, Groupe Renault Environment VP: “A mobilidade elétrica é uma alavanca vital para acelerar a transição de energia e a implantação de energias renováveis.”

Marie Chéron, Fondation pour la Nature et l’Homme: “Este estudo é indicativo da magnitude das mudanças que temos de enfrentar. Um automóvel elétrico não é um automóvel convencional. Temos de o considerar de uma forma diferente e alterar a forma como o usamos. Se a indústria automóvel é um dos pilares da economia, a mudança para a mobilidade elétrica tem de ser a força motriz para uma economia responsável e compatível com os desafios climáticos.”

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