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“Vender lubrificantes não é a mesma coisa que vender um componente auto comum”, Paulo Santos, Valvoline

5 Janeiro, 2017

Responsável pelo desenvolvimento do negócio dos lubrificantes Valvoline em Portugal, Paulo Santos, da Karautli, admite que grande parte do sucesso atingido se deve ao trabalho dos parceiros distribuidores. Aqui fica o balanço de 2016 e as perspectivas do futuro.

Qual o balanço que faz da actividade da sua empresa em 2016 e quais foram os factos mais marcantes no setor dos lubrificantes auto?
O balanço geral da actividade da nossa empresa em termos de lubrificantes, foi bastante positivo e excedeu de forma significativa as espectativas inicias que tinhas delineado, tanto do ponto de vista de tonelagem como de facturação. Acredito no entanto que este factor está directamente relacionado com a actividade dos nossos parceiros e do sucesso que os mesmos tiveram ao longo do passado ano, um pouco em linha com a generalidade do sector do Aftermarket auto.
No que toca aos factores mais marcantes do sector dos lubrificantes, aponto um significativo crescimento nas vendas de produtos sintéticos em detrimento dos minerais e semi-sintéticos, em linha com uma maior preocupação na aplicação dos produtos adequados, em especial por parte dos nossos clientes, o que nos conferiu uma destacada capacidade de resposta e elevado profissionalismo por parte do sector em geral.
Um factor de elevada importância e que não posso deixar de mencionar é o expectável aumento global do número de toneladas vendidas em 2016, digo expectável porque ainda não saíram os valores finais, o que revela de alguma forma uma recuperação económica do país, uma vez que o sector dos lubrificantes é bastante abrangente e não se confina ao mercado auto.

Que análise faz do mercado dos lubrificantes auto atualmente?
Com relação a esta questão, creio que muito se tem falado sobre a actualidade do mercado dos lubrificantes auto e o ano de 2016 não foi diferente dos anteriores, vimos mais operadores a tentarem a sua sorte e a lançarem novas marcas no mercado, em especial no aftermarket de ligeiros. Refiro o facto de tentarem a sua sorte não de uma forma depreciativa, mas porque vender lubrificantes não é a mesma coisa que vender um componente auto comum, se repararmos este crescente de marcas e operadores é bastante recente e tem-se acentuado nos últimos anos, fruto de alguns dos maiores operadores mundiais se terem retirado do nosso país, acabando por desregular um pouco o sector e permitirem a entrada de novas marcas e a venda de produtos de uma forma menos profissional e ajustada às reais necessidades do mercado.
A venda de lubrificantes a semelhança dos pneus é uma venda que tem que levar em linha de conta o conforto do cliente final, o que na maioria das vezes não se passa com os restantes componentes auto, impondo uma maior capacidade de venda e argumentação por parte do aplicador, em paralelo com a notoriedade e reconhecimento da marca aplicada por parte dos seus clientes.
Em suma o estado actual do mercado de lubrificantes auto em Portugal, define-se pela existência de demasiados operadores para um mercado pequeno em decréscimo, no que toca ao número de toneladas vendidas.

Quais as perspectivas para 2017 e futuro, e que factos poderão vir a marca este setor?
Bom esta pergunta leva-me a várias interpretações e como tal diferentes respostas.
Do ponto de vista do mercado auto 2017 não será um ano muito diferente do ano 2016 e no que toca a Valvoline em especial, acreditamos que é possível continuar a crescer, uma vez que existem algumas franjas de mercado, nas quais ainda não atingimos a performance que sentimos possível, analisando todo o potencial da marca em termos globais, acreditamos que podemos continuar a crescer em alguns sectores, levando a cabo os ajustes adequados.
Em termos de mercado e tendências de produtos vendidos, 2017 será marcado pelo continuo crescimento na venda de produtos sintéticos em detrimento dos semi-sintético e minerais, fraco de crescimento global no que toca a tonelagem, agravado pelo crescente parque de viaturas com intervalos de manutenção alargados e menor capacidade do cárter dos automóveis.
Vão aparecer novos produtos com índices de viscosidade mais baixos e maior resistência, o que alargará em alguns casos os intervalos de manutenção, mas sem reflexo significativo no aftermarket de 2017.

No que diz respeito as tendências do mercado para 2017, em termos de novas marcas e reaparecimento de companhias que tinham “abandonado” o nosso mercado, acredito que as mesmas têm um modo de operar distinto do nosso e não será justificativo para as mesmas, o investimento nos recursos necessários para que possam trazer grandes alterações às tendências dos últimos anos.
Acredito mesmo que este reaparecimento se prende com outros objectivos que não o mercado dos lubrificantes, mercado esse que representam normalmente muito pouco numa empresa de produtos petrolíferos.

Se a analise for do ponto de vista do sector auto e do futuro do mesmo em termos de médio “longo” prazo, aí estamos a falar e analisar coisas completamente distintas e antevejo um futuro muito complexo para os lubrificantes, a crescente pressão sobre os motores térmicos está a assumir uma dimensão incontornável e a realidade do sector auto vai sofrer um forte revés e não tardará, tanto quanto muitos possam pensar.
Cidades de países como a França, um dos mais fortes parques diesel da Europa, estiveram com regimes de circulação alternada de viaturas movidas por  motores térmicos de acordo com o número de matrícula, par ou impar, no decorrer dos últimos meses do ano, recentemente outras cidades do mundo consideram vir a proibir a circulação de viaturas com motores térmicos, nas sua áreas limítrofes a partir de 2025…

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